De avião, trem, carro e ônibus, mais de 50.000 poloneses se preparam para viajar a Roma para assistir, domingo, à cerimônia de beatificação de “seu” Papa João Paulo II.
Os funerais, em abril de 2005, de Karol Wojtyla, já venerado, então, como santo em seu país natal, atraíram a Roma meio milhão de poloneses.
Sua beatificação, num tempo recorde de seis anos e um mês, desperta uma grande alegria na Polônia.
“Estamos preparados para organizar a partida de cerca de 5.000 pessoas, numa centena de ônibus e dois aviões. Até agora, tivemos 3.000 inscrições”, informou à AFP Marcin Szklarski, presidente da companhia Orlando, especialista em peregrinações.
“Acho que haverá entre 50.000 e 60.000 poloneses em Roma por ocasião das cerimônias, entre eles 30.000 a 40.000 vão fazer reservas com as empresas de turismo”, estima.
Szklarski acusa a imprensa de tentar desencorajar os peregrinos, falando de grandes multidões e de preços exorbitantes em Roma.
“Isto é parcialmente justificado, porque os hotéis romanos aumentaram seus preços e desencorajaram muitas pessoas”, reconheceu.
No entanto, a oferta parece ser interessante: um deslocamento de cinco dias em Roma por cerca de 250 euros parece bem acessível a um polonês de classe média.
A crise econômica não está em causa, segundo Janusz Czapinski, professor de psicologia social da Universidade de Varsóvia. “Os poloneses têm, hoje, rendimento muito maior do que durante a morte de João Paulo II. A crise mundial apenas roçou a Polônia e nós, praticamente, não a sentimos”, destacou ele.
“O paradigma cultural estabelecido na Polônia requer nossa presença na cerimônia de adeus, de morte, mas a tradição não diz o mesmo em relação a uma cerimônia de beatificação ou de canonização”, explicou.
“Se não houver uma grande afluência, isto não significa uma diminuição da autoridade de João Paulo II. Ela está intacta. João Paulo II permanece um ponto de referência para todos, na Polônia”, acrescentou ele.
Para ir a Roma, o presidente Bronislaw Komorowski convidou para viajarem em seu avião seus dois predecessores: Aleksander Kwasniewski, um ex-comunista, e Lech Walesa, líder histórico do sindicato Solidariedade.
Milhares de sindicalistas vão se deslocar ao Vaticano por diferentes meios de transporte, entre eles um trem especial que levará 800 militantes das regiões de Varsóvia e de Katowice (sul).
“Quando o papa veio à Polônia pela primeira vez, em 1979, pudemos ver como éramos numerosos. As pessoas passaram a não mais ter medo do regime. O Solidariedade deve em grande parte sua existência à coragem tirada do pontificado de João Paulo II. Difícil imaginar que não estejamos lá, durante a beatificação”, declarou à AFP Ewa Zydorek, membro da direção do sindicato.
O parlamento polonês alugou um avião especial para transportar os deputados de diferentes formações políticas, desejosos de participar das cerimônias.
Já os eleitos do partido conservador Direito e Justiça (PiS), de Jaroslaw Kaczynski, que boicota as instituições do país, vão se manifestar à parte: eles alugaram um trem especial que transportará a Roma 250 membros e simpatizantes deste partido de oposição.
“Mas, em Roma, estaremos todos juntos, no mesmo setor” da praça São Pedro, assegurou à AFP o porta-voz do PiS, Adam Hofman.
Fonte: Blog Carmadélio - Comunidade Shalom
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