Em Gênesis 12,1-4, vemos a vocação de Abraão. Ele é chamado para um destino desconhecido, abandonando a pátria. Deus exige dele o risco da fé. O Senhor lhe promete prosperidade.
Em troca da família que deixa, ele terá como família um povo e um nome que será sinônimo de bênçãos. Na promessa que Deus faz ao patriarca Abraão, predomina a ação de abençoar.
Ele se abandona totalmente a Deus, corta todas as ligações que o prendem. A resposta de Abraão é pura obediência a Deus, na fé, como afirma a carta aos Hebreus: “Dói pela fé que Abraão, respondendo ao chamado, obedeceu e partiu para uma terra que devia receber como herança, partiu sem saber para onde ia. Foi pela fé que residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isac e Jacó, os co-herdeiros da mesma promessa, pois esperava a cidade que tem fundamentos, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus” (Hb 11,8-10).
Abraão, ouvindo o chamado, é capaz de deixar tudo; confiando na promessa, parte para o desconhecido. Paulo, mesmo estando na prisão e às portas do martírio, encoraja o amigo e companheiro no apostolado a seguir Jesus, o vencedor da morte. O Filho de Deus, que na montanha faz a experiência de glória, desce para ir a Jerusalém e sofrer por parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas, morrer e ressurgir ao terceiro dia. Ele é o servo que veio cumprir a vontade do Pai.
No dia-a-dia, nos agarramos a muitas “seguranças”. Ao contrário de Abraão, dificilmente “trocamos o certo pelo duvidoso”. O “risco” nos causa medo, insegurança, incerteza. Mas o caminho se faz caminhando. Nunca estamos prontos. É preciso ir fazendo acontecer à luz da palavra do Senhor.
Deus também se arriscou e se arrisca criando-nos com liberdade. Mas Ele tem fé nessas pobres criaturas que somos nós. Deveríamos, também nós, confiar e arriscar porque o risco que nos leva à paz, à alegria, à justiça e, portanto, à felicidade eterna é o risco de tentarmos fazer a vontade do Pai e deixar que Ele nos conduza.
Por: Padre Wagner Augusto Portugal
Fonte: Catequisar
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