O membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, convidou na coletiva de imprensa desta sexta-feira, 6, as famílias de todo o Brasil para participarem da 3ª Peregrinação da Família a Aparecida (SP), que acontece nos próximos dias 28 e 29 de maio. As duas primeiras Peregrinações das Famílias a Aparecida receberam 150 mil pessoas cada uma.
O bispo explicou que a Peregrinação é a “oportunidade de aprofundar e compreender mais o significado de família” e que no evento as famílias encontram “o caminho que corresponde à felicidade para viver com beleza o significado dos diversos aspectos da vida”. Dom Petrini lembrou ainda que cuidar das famílias é uma das preocupações centrais da Igreja.
A Igreja, segundo o bispo tem se preocupado “nas paróquias e comunidades” com os valores da família. Ele comentou que nas comunidades estão nascendo “família portadores de uma riqueza humana extraordinária e nós queremos ajudar cada membro destas famílias a viverem em plenitude numa família monogâmica e indissolúvel”.
Para acolher bem as famílias e seus valores, o bispo frisou que a Igreja difunde escolas de família que aprofundam o significado da vida destas novas instituições que estão nascendo. “Na origem destas escolas da Família está o Pontifício Instituto João Paulo II para estudos sobre matrimônio e família que tem uma sede central em Roma e oito sedes à distância como filiais na África, na Austrália, na Coreia, nos Estados Unidos, entre outros lugares, inclusive aqui no Brasil, em Salvador”.
União homoafetiva
Sobre a aprovação no Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira, 5, da união homoafetiva, dom Petrini reafirmou que este assunto não faz parte da pauta da Assembleia da CNBB e esclareceu a posição da Igreja quanto ao significado da família.
“A Igreja não vai fazer uma cruzada sobre esse assunto; não faz parte do estilo da Igreja especialmente nos últimos séculos, mas nós vamos aprofundar cada vez mais a sua proposta que é aquela de permanecer fiel àquilo que é reconhecido como um desígnio de Deus sobre a pessoa e a família”, afirmou.
O bispo comentou ainda que a decisão do STF trouxe uma mudança radical para a humanidade e que as pessoas ainda não pararam para pensar sobre o teor do assunto. Ele recorreu ao livro de Gênesis para falar de família e da união homoafetiva. “Está no início da Bíblia, no Livro do Gênesis, nos primeiros versículos a origem e a diferença nos sexos. Não é uma elaboração posterior da parte das culturas humanas. Talvez não avaliamos a importância da mudança que está sendo introduzida estes dias que não é um pormenor da vida. Trata-se de uma alteração na história que é multimilenar e não é exclusividade da Igreja e do cristianismo”.
Dom Petrini afirmou que a Igreja respeita a decisão dos órgãos do Governo brasileiro, mas ressaltou que a nomenclatura “família” para as uniões homoafetivas descaracteriza o verdadeiro significado de família. “A família é outra realidade, tem outro fundamento, se move dentro de outro horizonte e esperamos que seja mantida esta distinção; assim como seria estranho uma pessoa que usasse um jaleco branco fosse chamada de médico, mas não é médico enquanto não tiver certos atributos para poder exercitar a medicina, da mesma forma é estranho também chamar qualquer tipo de união de casamento só porque duas pessoas decidiram morar embaixo do mesmo teto”.
O bispo de Camaçari reafirmou que a Igreja não vai fazer cruzada sobre o tema e que a sua posição é muito aberta para quem quiser acolher ou rejeitar. “Quem quiser poderá acolher ou rejeitar a posição da Igreja. Não vamos dar início a nenhuma cruzada, mas vamos procurar defender aquilo que desde Adão e Eva e até ontem foi sempre uma característica típica da vida em nossas sociedades”.
Fonte: CNBB
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