19 setembro 2010

Papa no Reino Unido: pequeno resumo desta histórica viagem.

Em meio a uma grande expectativa, o Papa Bento XVI chegou na manhã da última quinta-feira ao Reino Unido: primeiro a Edimburgo, Escócia e agora Londres, Inglaterra, naquela que é a segunda visita de um Sumo Pontífice ao Reino Unido depois de João Paulo II há 28 anos. Mas esta é a primeira visita de um Papa ao Reino na condição de chefe de Estado, convidado pela rainha Elizabeth II.
Quatro dias de visitas a um país considerado como um dos mais seculares do continente europeu.
Naturalmente os temas dessa visita falam antes de tudo da confirmação na fé dos católicos locais e a afirmação do Papa de que eles fazem parte da grande família católica.
Temas também ligados à vida, ao futuro dos jovens e aos casos de abusos sexuais perpetrados por membros da Igreja, tema que Bento XVI enfrentou já durante o vôo que o levou ao Reino Unido, não se furtando de responder com força que “é difícil entender como essa perversão do ministério sacerdotal foi possível. E fez mais uma fez uma dura constatação: “É uma grande tristeza, tristeza também que as autoridades da Igreja não tenham sido suficientemente vigilantes e rápidas em tomar as medidas necessárias. Um momento agora de “penitência, de humildade, e de renovada sinceridade”.
Momento importante foi o encontro privado como Arcebispo de Cantuária, Dr. Rowan Williams e primaz da Igreja anglicana e em seguida a oração na Abadia de Westminster, com a oração das vésperas. Dirigindo-se a Bento XVI, o arcebispo disse: “rezamos para que o seu tempo conosco seja um grande passo para todos nós em direção ao mistério da cruz e da ressurreição”. Uma ocasião para voltar às raízes comuns culturais e religiosas que tanto contribuíram para formar a Grã-Bretanha.
Entretanto, um dos discursos mais contundente e forte de Bento XVI foi na tarde desta sexta-feira, quando ele falou ao povo britânico e a seus representantes.
O Papa fez uma constatação afirmando que “existem alguns que defendem que a voz da religião deveria ser silenciada ou relegada à esfera puramente privada”. Há alguns que defendem – disse o Papa – que a celebração pública de festividades como o Natal deveria ser desencorajada, segundo a discutível convicção de que ela poderia ofender aqueles que pertencem a outras religiões ou a nenhuma. E existem outros ainda que consideram que os cristãos que ocupam cargos públicos deveriam, em determinados casos, agir contra a sua consciência. O Santo Padre assegurou que “o mundo da razão e o mundo da fé precisam um do outro e não deveriam ter temor de entrar num profundo e contínuo diálogo, para o bem da civilização. Em outras palavras, a religião, para os legisladores, não é um problema a ser resolvido, mas um fator que contribui de modo vital para o debate público na nação.
Um discurso de Bento XVI que certamente fará a sociedade britânica pensar muito sobre o rumo que está tomando e sobre a saúde da sua democracia, pois uma verdadeira democracia não marginaliza a religião, mas promove a colaboração entre fé e razão.
Recordamos que o lema da viagem de Bento XVI ao Reino Unido é “O coração fala ao coração” tomado do lema cardinalício do Cardeal John Henry Newman que o Papa beatificará neste domingo, e motivo principal da sua viagem Apostólica. Certamente na figura do Cardeal Newman, anglicano que se converteu ao catolicismo, vemos um homem de Igreja que pode ensinar as virtudes que o ecumenismo exige e ajudar ainda mais no diálogo entre católicos e anglicanos.
Rádio Vaticano

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