Aconteceu que o rei devia morrer. Era rico e poderoso, mas estava gravemente doente. Mandou chamar todos os médicos e feiticeiros do reino. O rei ameaçava a todos: queria saber por que ninguém conseguia curá-lo. A questão era que ele não tinha mais jeito, e todos fugiram por medo de perder a cabeça. Somente um velho médico ficou. O rei perguntou-lhe também o que devia fazer para ficar bom novamente.
- O senhor só poderá se curar com a condição de entregar o seu trono, por um dia, ao homem que lhe assemelha mais do que todos os outros. Ele morrerá no seu lugar - falou o velho sábio.
O rei mandou mensageiros para todos os recantos do país convocando todos os que tinham alguma semelhança com ele. Para quem não se apresentasse seria pena de morte. Muitos homens compareceram, mas o velho médico os descartava um por um. Às vezes porque eram mais baixos, ou porque eram mais gordos; ou ainda por faltar-lhe um dedo, um dente, os cabelos e assim por adiante. Passavam-se os dias, e o rei estava se acabando. De repente, uma tarde, quando o rei e o médico estavam passeando ao redor do palácio, o velho apontou para um mendigo aleijado, meio cego, sujo e cheio de feridas, e gritou:
- É ele! É ele, o homem que mais se assemelha com o senhor! Como é possível – reclamou o rei – há um abismo entre nós... + Ler mais
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