Papa durante Missa com a Canonização de Frei Galvão |
Um conterrâneo como santo de devoção? Desde 11 de maio de 2007, isso já não é mais uma realidade distante para os brasileiros. Nessa data, o Papa Bento XVI presidiu a Missa com a Canonização de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão, popularmente conhecido como Frei Galvão.
Passados mais de três anos desde então, a cidade de Guaratinguetá (SP) celebrou de modo especial a festa litúrgica do santo, neste 25 de outubro. O município do interior paulista é terra natal do religioso franciscano que desenvolveu seu apostolado no século 18.
Às 7h30min, houve concentração na Igreja de Frei Galvão e, em seguida, procissão até o Recinto de Exposições da cidade. Ali, foi celebrada a Missa solene da festa, às 10h, presidida pelo Arcebispo emérito de Belo Horizonte (MG), Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo. O prelado destacou que a chave para uma vida feliz e fecunda é estar de bem com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
.: Homilia de João Paulo II na Beatificação do Servo de Deus Frei Galvão
Entre os dias 16 e 25, foi celebrada uma novena às 14h30 e, logo após, a Santa Missa às 15h na igreja dedicada ao santo. O tema central da novena foi "Os sacramentos na vida de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão". Em cada dia, um padre da Arquidiocese de Aparecida - à qual pertence a cidade - participou da celebração.
"Em cada dia, meditamos sobre um Sacramento diferente e sacramentais, bem como destacamos a devoção de Frei Galvão a Virgem Maria", explica o pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, à qual pertence o futuro santuário do santo brasileiro.
Ele também destaca que a vinda de peregrinos de todos os cantos do país comove a própria comunidade paroquial. "Isso ajuda a fortalecer a fé e empenho dos próprios paroquianos, vendo as pessoas que vêm para cá e se ajoelham, choram, agradecem", afirma.
A definição do tema da novena do próximo ano começa a ser delineada a partir de janeiro, quando recomeça a novena de nove meses, que se conclui em setembro.
Na cerimônia com a Beatificação - em 25 de outubro de 1998 -, o Papa João Paulo II definia Frei Galvão como "ardoroso adorador da Eucaristia, mestre e defensor da caridade evangélica, prudente conselheiro da vida espiritual de tantas almas e defensor dos pobres". Já Bento XVI, na Missa com a Canonização do Frei, disse que "a Divina sabedoria permite que nos encontremos ao redor do seu altar em ato de louvor e de agradecimento por nos ter concedido a graça da Canonização do Frei Antonio de Sant’Anna Galvão. [...] A fama da sua imensa caridade não tinha limites".
Quem foi Frei Galvão
Frei Galvão nasceu em Guaratinguetá (SP), cidade do interior paulista, localizada próximo ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O religioso nasceu em uma família profundamente piedosa e que era conhecida por sua grande caridade com os pobres. Seu nome de batismo é Antônio Galvão de França.
Após ter estudado com os padres da Companhia de Jesus na Bahia, ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1760. Ele foi ordenado sacerdote em 1762 e completou os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo, onde viveu durante 60 anos, até sua morte, em 23 de dezembro de 1822.
A vida de Frei Galvão foi marcada pela fidelidade à sua consagração como sacerdote e religioso franciscano, bem como por uma devoção particular e dedicação total à Imaculada Conceição, como "filho e escravo perpétuo". Além dos cargos que ocupou em sua própria Ordem e na Ordem Terceira Franciscana, o frei é conhecido sobretudo como fundador e guia do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como Mosteiro da Luz, a partir do qual se originaram outros nove mosteiros.
Além de fundador, Frei Galvão foi também projetista e construtor do Mosteiro da Luz, construção que as Nações Unidas declararam como parte do acervo do Patrimônio Cultural da Humanidade. Em 1798, com o frei ainda vivo, o Senado de São Paulo definiu-o como "homem da paz e da caridade", pois era conhecido e procurado por todos como conselheiro e confessor, assim como aquele que aliviava e curava os doentes e os pobres.
Fonte: canção nova
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