29 janeiro 2011

MONSENHOR ERNESTO DA SILVA ESPÍNOLA (30º Vigário de Jardim do Seridó – 1958 a 2000)


Desde 2001 era Pároco Emérito desta Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jardim do Seridó, falecido nesta sexta-feira, dia 28 de janeiro de 2011, em Natal, onde estava hospitalizado há algumas semanas no Hospital da UNIMED. O velório está acontecendo no Santuário do Sagrado Coração de Jesus. As 17:00 horas o cortejo fúnebre sairá para a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, onde será celebrada a Missa  de corpo presente e sepultamento.

O Bispo Diocesano de Caicó, Dom Delson já confirmou presença na celebração e sepultamento do monsenhor Ernesto, além do também Bispo Jardinense, Dom Lucena, que é responsável pela diocese de Guarabira/PB. Além dos Bispos, estão sendo esperados Padres e caravanas de várias cidades da região, além de muitas autoridades.
UM BREVE HISTÓRICO
Monsenhor Ernesto da Silva Espínola, nasceu na cidade de Acari, aos 07 de novembro de 1927, filho de Manoel Antônio da Silva Espínola e Rita Maria da Conceição. Foi batizado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari a 25 de dezembro do mesmo ano, pelo Padre Luiz Wanderley, então Vigário do Acari. Foram seus padrinhos de Batismo: Francisco Honorato e Maria da Conceição.
Desde os 07 anos que desejava ser Padre e dizia a seu pai, que respondia: “você já viu filho de pobre ser padre?”, ingressou na Congregação Mariana. Menino pobre estudava na escola da Congregação. Ajudava nas Missas celebradas pelo Cônego Ambrósio Silva, Vigário do Acari. Certo dia, quando estava de joelhos a rezar na Igreja Matriz, o Sr. João Batista e Silva, conhecido por Seu Joãozinho sabendo do seu interesse em seguir a Vida Sacerdotal, perguntou se ele queria ser Padre. Prontamente o menino respondeu que sim.
Passou então a estudar no Grupo Escolar Tomaz de Araújo, para concluir o curso primário. Com muitas dificuldades ingressou no Seminário São Pedro, em Natal no dia 04 de fevereiro de 1944, cujo Reitor era o Padre José Adelino Dantas, que depois seria o segundo Bispo de Caicó. Em Natal fez o curso colegial no Seminário até 1949. Em seguida foi para o Seminário de João Pessoa na Paraíba, onde permaneceu aí até 1955, quando concluiu o curso preparatório ao Sacerdócio.
Os pais do Monsenhor Ernesto eram pobres, muitas vezes sua mãe saia pelas cidades vizinhas pedindo auxílio para as despesas do filho no Seminário. No dia 04 de dezembro de 1955, foi Ordenado Sacerdote por Dom José Adelino Dantas, segundo Bispo da Diocese de Caicó, em Celebração Eucarística e Solene, na Matriz de Nossa Senhora da Guia do Acari, onde também Celebrou a sua Primeira Missa no dia 08 de dezembro. De dezembro de 1955 a abril de 1958, Monsenhor Ernesto atuou em quase toda a Diocese de Caicó.
Logo em seguida a sua Ordenação em 1955, foi Vigário Cooperador de Santana de Currais Novos. Do final de dezembro de 1955 a fevereiro de 1956, esteve como Vigário Substituto da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jardim do Seridó. Em 1956, foi Vigário Cooperador da Paróquia de Santana da Catedral de Caicó.
Do final de dezembro de 1956 a começo de março de 1957, pela segunda vez esteve como Vigário Substituto de Jardim do Seridó. Em 1957, foi Vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Ó de Serra Negra do Norte e também, no mesmo ano foi Vigário da Paróquia de São Sebastião de Jucurutu e ainda, de 1957 a 1958, Vigário das Paróquias de Nossa Senhora da Guia em Acari e Nossa Senhora dos Remédios em Cruzeta. Continuando como Vigário de Cruzeta assumiu a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jardim do Seridó em 02 de maio de 1958 por nomeação do então Bispo Diocesano Dom José Adelino Dantas, datada de 1º de maio do referido ano.  Permaneceu à frente da Paróquia até o ano 2000, sendo o pároco que por mais tempo conduziu a Paróquia. Foram 42 anos de paroquiato, passando a Pároco Emérito.
Em Cruzeta esteve como Vigário três vezes, de 1957 a 1964, em 1966 e de 1973 a 1990. Por várias vezes assumiu interinamente a Paróquia de São Sebastião de Parelhas. Foi membro do Conselho Presbiteral, Pró-Vigário Geral em 1991. Em 1992 foi agraciado com o título de Monsenhor, Capelão de sua Santidade o Papa João Paulo II. Recebeu este título na Festa do Sagrado Coração de Jesus, concluindo o 1º Congresso Eucarístico Paroquial, comemorando os 100 anos da Igreja atual Santuário do Sagrado Coração de Jesus e os 90 anos do Centro Paroquial do Apostolado da Oração. Foi Administrador Diocesano, quando Dom Heitor de Araújo Sales foi promovido Arcebispo de Natal em 1993. Monsenhor Ernesto é cidadão Honorário de Jardim do Seridó. Até hoje 01 Bispo, 10 padres, 01 Diácono Permanente e várias Religiosas foram batizados pelo mesmo. Os que Foram batizados pelo Monsenhor Ernesto:
· Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Atual Bispo Diocesano de Guarabira-PB
· Padre Francisco Carlos de Azevedo – Missionário da Sagrada Família
· Padre Joaquim José de Oliveira – Atualmente residente em Roma
· Padre Djailton Pereira da Silva – Sacerdote Jesuíta
· Padre Erivan Santos da Costa – Vigário Paroquial de Jucurutu
· Padre Aldo de Souto Santos – Atualmente residente no Rio de Janeiro
· Padre Emanuel Medeiros de Araújo – Pároco de Parelhas
· Padre Rômulo Azevedo da Silva – Pároco de Santana do Seridó
· Padre Orlando Pereira Azevedo – Residente em Custódia no Pernambuco  
· Padre José Sílvio de Brito – Do Clero da Arquidiocese de Natal
· Padre Jocimar Dantas de Araújo – Licenciado, Prefeito de Jardim do Seridó
· Diácono Permanente Francisco das Chagas Teixeira de Araújo – Residente na Arquidiocese de Natal.

Além das cidades sedes das Paróquias, Monsenhor Ernesto atuou nas cidades que na época eram Capelas, como Ouro Branco e São José do Seridó, que pertenciam a Jardim do Seridó, depois São José Passou a pertencer a Paróquia de Cruzeta. São João do Sabugi, que pertencia a Serra Negra do Norte. Cerro Corá e Lagoa Nova que pertenciam a Currais Novos. Carnaúba dos Dantas que pertencia a Acari e Santana do Seridó e Equador que pertenciam a Parelhas.
No começo do seu Ministério Sacerdotal, viajava para estas Capelas nos Caminhões das feiras, nos chamados mistos, ou em um velho ônibus de Currais Novos cujo motorista só tinha um braço e assim mesmo, subia a Serra de Santana. Nos domingos, além da Missa dominical, Celebrava 50 ou mais batizados, atendia confissões na Igreja e aos doentes nas casas da cidade ou da Zona Rural, muitas vezes a Cavalo porque não havia estradas.
Por Sebastião Arnóbio de Morais 
(Pesquisador da história do Seridó e articulador da PASCOM do Zonal V)

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