Concluindo o Sermão da Montanha(cf. Mt. 7,21-27), Jesus fala sobre a necessidade de por em prática tudo que for ouvido e que é expressão da vontade do Pai. Deus não quer de seus fiéis exuberantes atos de louvor ou feitos fantásticos. Para o juízo final, ficam descartados os grandes prodígios, prevalecendo apenas o critério de realizar as palavras de Jesus.
Tal atitude supera o antigo cumprimento da Lei, com suas ameaças de maldições, pois é chegado o tempo da graça, alcançando-se a comunhão com Deus na prática do novo mandamento do amor, ou seja, amar como Jesus nos amou.
O empenho em realizar a vontade do Pai não acontece mediante coação para cumprimento de obras de Lei, nem sob ameaças, em obediência a um Deus tirano. Esse empenho se faz com liberdade de opção e com alegria de levar o amor humano a sua plenitude, seguindo os caminhos de Jesus.
Neste texto de Mateus, vemos que a fidelidade a Jesus está em praticar a vontade do Pai que está nos céus. É isso que se pede na oração do Pai Nosso. Jesus nos revelou a vontade do Pai na proclamação das bem-aventuranças e na sua vida, com seu amor que promove os pobres e excluídos. Tudo o que disse e fez foi para cumprir a vontade do Pai. E a vontade do Pai, Deus de amor, é que todos tenham vida em abundância, usufruindo dos bens da criação, eliminando-se as cercas e os muros que protegem as minorias privilegiadas e relegam as maiorias ao empobrecimento e à exclusão.
A parábola final sobre a casa construída sobre a rocha, que se contrapõe à casa sobre a areia, é expressiva para reafirmar a importância de por em prática as palavras ouvidas de Jesus. Elas nos orientam para a formação de comunidades consolidadas pela união no amor, em ambiente de paz e abertas para a comunhão com todos aqueles que se dedicam ao resgate da dignidade e da vida no mundo.
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
Fonte: catequisar
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