23 junho 2011

Formação:A Eucaristia e a Solenidade de Corpus Christi


Hoje,  dia 23 de junho a Igreja Católica em todo o mundo celebra a grande solenidade de Corpus Christi (Corpo de Cristo). Para nós católicos a Eucaristia é um dos sete sacramentos. Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica[1], a Eucaristia é " o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna." (n. 271).
O Beato João Paulo II, quando Papa, escreveu na encíclica Ecclesia de Eucharistia, que “a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho.[2]
A Eucaristia ou Missa, como costumamos chamar, não é criação da Igreja Católica, a sua fundamentação está na Sagrada Escritura, pois é um sacramento instituído pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
Na 1ª Cor 11, 23 – 30, São Paulo fala da instituição da Eucaristia na última ceia.
A Igreja Católica acredita e confessa a presença real do nosso Senhor Jesus Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a transubstanciação, ou seja, após a mudança de substância, do pão e do vinho. O que isso quer dizer? Mudança de substância do pão e do vinho ou transubstanciação é quando a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo. Não é mais hóstia ou vinho.
Com a consagração na Missa o sacerdote pega a hóstia e o vinho e pela força do Espírito Santo os transforma em Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. E mesmo que permaneça a aparência e gosto de pão e vinho, eles são agora o Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
Na próxima missa em que você participar veja que em um determinado momento da Oração Eucarística o presidente da celebração diz: “Santificai, pois, estas oferendas, derramando sobre elas o vosso Espírito, a fim de que se tornem para nós o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”.

Depois são pronunciadas as palavras da consagração: “TOMAI TODOS E COMEI: ESTE É O MEU CORPO E TOMAI TODOS E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SÁNGUE.Também antes de nos alimentarmos do Corpo e Sangue de Jesus Cristo, nos alimentamos da Palavra de Deus que é proclamada na chamada Liturgia da Palavra, ouvimos leituras do Antigo e do Novo Testamento, além da leitura do Evangelho do dia.
O Concílio Vaticano II afirmou que a Eucarístia ou a Missa como costumamos chamar é « fonte e centro de toda a vida cristã ».
Isso significa dizer que nós cristãos católicos não podemos viver sem a Eucaristia, sem a Missa, que é a Ceia do Senhor, onde nos alimentamos da Palavra de Deus e do Corpo e Sangue de nosso Salvador Jesus Cristo, alimento esse, que fortalece o nosso espírito.
Baseado nisso temos sempre que lembrar que não pode um católico dizer que não gosta de Missa. Para nós católicos, a Missa é o maior culto que prestamos a Deus, é a oração mais completa que existe.
É claro que desejamos participar de uma Missa bem celebrada, cantada, que nos leve a Deus. Mas, perguntamos: O que nós temos feito para que isso aconteça na nossa comunidade de fé? As vezes exigimos muito do padre, dos outros irmãos de caminhada, mas e nós? O que fazemos? Contribuímos com nossas celebrações? Fazemos delas um momento forte de fé, uma liturgia bem celebrada? Ou apenas exigimos? As vezes a Missa da televisão é melhor, pois eu não preciso fazer nada para contribuir com ela. Na nossa comunidade paroquial, ao contrário, precisamos de alguém que leia, cante, toque instrumentos musicais, o padre as vezes não é tão carismático, animado, por isso é mais cômodo a missa da televisão ou outra paróquia. Votamos a dizer: A Missa é questão de Fé. Se temos Fé, toda Missa vai ser para nós uma grande festa de ação de graças, de cura, de libertação, mesmo que o padre não seja tão santo ou animado.
Exatamente. É bom sabermos também que o padre pode ser o maior pecador da comunidade, mas a Missa não deixa de ser Santa e de causar os seus efeitos em nossa vida por causa disso, pois ela é divina, é o próprio Jesus que age na pessoa do Sacerdote que preside a celebração. Quanto aos pecados do padre, ele tem que prestar contas a Deus, enquanto isso, rezemos pela sua conversão.
A Solenidade de Corpus Christi é uma festa dedicada ao Corpo e Sangue de nosso Salvador Jesus Cristo.
Corpus Christi, palavra latina que significa Corpo de Cristo É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade festa que celebramos domingo passado dia 19 de junho que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. O dia de Corpus Christi é um dia “Santo”, de 'preceito', isto é, os católicos não devem deixar de participar da Missa neste dia, a não ser em caso de enfermidade ou outra razão muito justa, que o impeça de ir à Igreja.
A procissão pelas ruas da cidade, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo." É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).
A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264.
O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sangüíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo.
Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.
A festa de Corpus Christi foi decretada em 1264.O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.
Já no Brasil a Festa de Corpus Christi é um dia de muita fé. Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.
A única procissão que todo católico tem não pode deixar de participar é a de Corpus Christi, pois não estamos conduzindo uma imagem ou uma representação do Corpo e Sangue do nosso Senhor, mas o que ele mesmo falou. “ISTO É O MEU CORPO QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS”. Jesus não disse: “isto representa o meu Corpo”, mas ISTO È O MEU CORPO. Confira em Lucas 22, 19-20, e também Mateus 26, 26-29, Marcos 14, 22-25, I Coríntios 11, 23-26. É o próprio Jesus que caminha conosco.
E quando Jesus diz: Fazei isto em memória de mim, não pede para lembrarmos, mas para atualizarmos, trazermos para os nossos dias atuais, o acontecimento que pode nos alimentar com o seu Corpo e seu Sangue, caso contrário, Jesus estaria entrando em contradição quando diz: Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue, permanece em mim e Eu nele, pois estaríamos comendo uma simbologia e não o próprio Corpo e Sangue de Cristo Jesus.
Louvado seja o Santíssimo Sacramento!
Por João Júnior

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