30 junho 2011

Formação: O que devemos fazer depois da Páscoa e de Pentecostes?


Depois de um período intenso, como é a Páscoa, cuja culminância está no envio do Paráclito, devemos nos perguntar: o que vem depois da Páscoa e de Pentecostes? O Tempo Comum pode parecer uma resposta muito simples e pronta, mas revela uma profunda espiritualidade, apresentada no mistério do Tabor.
Naquela ocasião, Nosso senhor subira ao monte com Tiago, Pedro e João (Lc 9, 28-36) para rezar. Enquanto orava, o rosto e as vestes de Jesus brilhavam de modo intenso e reluzente a tal ponto que os discípulos ficaram como que assustados (Lc 9, 32 ou Mc 9, 6) e perplexos, uma vez que podiam ver a glória do Senhor. De tal modo esse fato mexeu com eles que perguntaram a Jesus se não podiam ficar por ali, num indicativo de: para sempre! Jesus responde negativamente, indicando que o caminho a seguir não era aquele. Ora, tal resposta nos indica um modo muito profundo de continuarmos nossa caminhada depois de celebrarmos os "sagrados mistérios" que todos os dias são atualizados na ara santa do altar.
Não podemos nos apegar às manifestações de Nosso Senhor, senão ao próprio Senhor que nos guia. E para temos a Deus como íntimo, somente na vida do cotidiano isso se torna possível, ou seja, muitos viram os milagres do senhor; outros até o presenciaram de modo quase que exclusivo - como neste caso da Transfiguração -, contudo, todos o negaram no momento derradeiro. Isso mostra que a resposta negativa de Jesus queria indicar um: cuidado para não se perder no seguimento com aquilo que é passageiro. Milagres, manifestações de Nosso Senhor servem para nos animar e não para nos apegarmos a tal. Devemos provar que queremos segui-lo cada dia, carregando a cruz: "Quem quiser ser meu discípulo, pegue a sua cruz e siga-me" (lc 9, 23) e não lembre de meus milagres e siga-me.
A própria manifestação da vinda do Espírito sobre nós mostra que não é uma memória histórica pura e simplesmente, mas uma memória - como nos ensina a Igreja de Deus - de atualização da mesma ação. Cada dia o Senhor derrama sua graça e benção sobre nós para do comum retirarmos a santidade. Na verdade, não há nada de comum, pois andar com o Senhor dia-a-dia não é comum, mas santo. Quem prova isso é a Sua e nossa Mãe, Maria Santíssima. Guardava tudo em seu coração (Lc , 51). Aquela que pouco viu de extraordinário - pelo menos no que se conta na Sagrada Escritura - fora a melhor discípula, seguidora, pois estava lá no "tempo comum" incansável, dando respostas de amor.
Assim, a resposta à pergunta do início, o que deve fazer depois da Páscoa e Pentecostes?, é : amar cada dia no escondimento dos filhos amados de Deus, seguindo os passos de Maria e guardar tudo em nosso coração para que a memória do que fora celebrado, seja atualizada em nossa vida cada dia.
Um Santo Tempo Comum!

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