A Família é a célula mater da sociedade. O núcleo familiar é o primeiro grupo social do qual participamos e recebemos, não somente herança genética ou material, mas principalmente moral. Nossa formação de caráter depende, fundamentalmente, do exemplo ou modelo familiar que temos na formação de nossa personalidade. Segundo os psicólogos deterministas a formação da personalidade do indivíduo ocorre em sua fase infantil. Precisamos entender que existem desvios de comportamento causados por influências sociais (meio social, meios de comunicações, grupos sociais etc.) e crises existenciais que podem fazer o indivíduo, em determinada fase de sua vida ao fazer opções pessoais que ignoram totalmente todo tipo de informação ou exemplo familiar, e em geral estes desvios são terríveis, social e emocionalmente falando.
O ensino religioso na família tem um papel importantíssimo na formação do indivíduo, ou melhor, na formação da pessoa como um todo. Venho de uma tendência batista puritana, portanto, minha tese se reveste desta influência (entre tios e primos somos 11 pastores batista na família). Minha tese é que o ensino religioso na família produz a possibilidade do indivíduo estruturar-se de tal maneira que cria como objetivo básico o bem-estar pessoal e familiar através de uma vida regrada, saudável e estruturada.
Vejamos alguns dos benefícios que o Ensino Religioso, pode produzir no indivíduo e na sociedade, seja este ensino católico, protestante, judaico, islâmico etc., desde que haja seriedade e coerência familiar:
A Espiritualidade - A prática do culto doméstico (evangélicos), as novenas (católicos), o estudo da Torah (Judeus) dentre outras práticas domésticas do ensino religioso promovem a espiritualidade no lar. Vivemos em um mundo globalizado, onde a individualidade, o materialismo-consumista tem ocupado a primazia no ambiente familiar, portanto valores espirituais são importantes na vida familiar.
A Moralidade - Precisamos definir primeiramente a diferença entre moralismo e moralidade. Moralidade são princípios morais e Moralismo é o legalismo desses princípios. O comportamento moral tem tudo a ver com a conduta religiosa da família. O apelo à sensualidade é muito grande. Os jovens são instruídos pela mídia a usar a camisinha, em uma atitude amoral, pois toda a cristandade baseia-se no casamento como sendo uma manifestação da graça divina como propósito para o homem e mulher (fica isto bem definido em Gênesis, livro sagrado para católicos, protestantes e judeus).
A Fraternidade - O amor fraternal é o fundamento religioso na maioria das religiões, sejam elas cristãs ou não-cristãs (personalistas ou animistas). A identidade de que todos partimos de uma mesma origem divina nos irmana.
A Solidariedade - O princípio básico religioso é a questão do amor ao próximo e atendimento aos mais necessitados. A solidariedade, tendo a opção pelos pobres, não é privilégio da Teologia da libertação, ou de campanhas Governamentais ou de ONGs.
A Intelectualidade - A leitura diária do livro sagrado (Bíblia Sagrada, A bíblia segundo Allan Kardec, Alcorão etc.), promove o ambiente de intelectualidade e interesse pelas diversas formas de leitura.
A Musicalidade - A música é a linguagem universal, e que na realidade é um dos excelentes meios pela qual a religiosidade se expressa. Dizem que quem canta, ora duas vezes.
A Sociabilidade - A prática de princípios litúrgicos, bem como o cumprimento das atividades eclesiásticas, promovem no religioso um maior desenvolvimento de expressão de liderança e facilidade de comunicação.
A Prosperidade - A religiosidade sendo expressa na família estabelece princípios e objetivos do clã, oferecendo-lhe uma melhor forma de administração, bem como definição de objetivos. Precisamos tomar muito cuidado por conta de várias teologias que têm aparecido por aí, principalmente na tal "Teologia da Prosperidade", pensamento este que estabelece as bênçãos divinas como sinal material de prosperidade na vida do indivíduo.
A Transcendentalidade - O ensino religioso na família permite ao indivíduo a enxergar além deste momento imediato, mas levando-o a uma dimensão que somente o divino pode oferecer, ou seja, a transcendentalidade.
A Humanidade - Nada torna mais o homem ser humano do que a sua própria religiosidade, e, paradoxalmente, nada torna o homem mais divino que a expressão desta religiosidade. A religiosidade popular é uma manifestação bem clara disto, quando o homem em tentativa de manipulação do sagrado aproxima-se do "santo", agora pelo profano, não mais pelo sacerdócio institucionalizado. Esta tensão é extremamente vivida na religiosidade familiar, onde a estrutura institucional é o suporte, porém, o que vale na prática é a relação sagrado-profano.
A religiosidade familiar é importantíssima na formação de todo e qualquer ser humano. O maior perigo que a família moderna enfrenta é a "pós-modernidade", mas sobre isto veremos no próximo artigo: Os perigos da globalização.
"Instrui o menino no caminho que ele deve andar, que até quando envelhecer não se desviará dele". Prov.22:6
Fonte: Mundo dos Filósofos
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