VATICANO, 23 Set. 12 / 10:26 am (ACI).-
Neste domingo, 23 de setembro, diante dos milhares de fiéis que o acompanharam
na audiência geral na residência Apostólica de Castel Gandolfo, o Papa afirmou
que é necessário mudar o nosso modo de pensar e de viver para seguir o Senhor,
e assim abraçar a humildade e deixar o orgulho que nos impedem ser como Cristo
que não teme abaixar-se e fazer-se o último.
“Em nossa jornada através do Evangelho de Marcos, no domingo passado
chegamos à sua segunda parte, isto é, a última viagem para Jerusalém rumo à cima
da missão de Jesus. Depois de que Pedro, em nome dos discípulos, professou a fé
nEle, reconhecendo-o como o Messias, Jesus começou a falar abertamente sobre o
que iria sucerder com Ele no final”.
O evangelista, explicou o Papa mostra três predições sucessivas
da morte e a ressurreição, nos capítulos 8, 9 e 10: nestas Jesus proclama
de forma cada vez mais clara o destino que o aguarda e sua intrínseca
necessidade para a salvação do mundo.
“ A passagem deste domingo -explicou o Papa- contém o segundo desses
anúncios. Jesus diz: "O Filho do Homem - uma expressão que que Ele usa
para designar-se a si mesmo- será entregue nas mãos dos homens, e eles
vão matá-lo, mas depois de morto, ressuscitará após três dias".
“Com efeito, lendo esta parte da narrativa de Marcos, aparece evidente
que entre Jesus e os discípulos há uma profunda distância interior”, sublinhou
o Santo Padre.
Outro aspecto destacado pelo Santo Padre na sua catequese de hoje foi o
fato de que na leitura do evangelho deste domingo, “após o segundo anúncio da
paixão os discípulos começam a discutir entre eles sobre quem é o maior (cf. Mc
9:34), e depois do terceiro anúncio, Tiago e João pedem a Jesus para sentar-se
à sua mão direita e à sua esquerda, quando ele esteja na glória (cf. Mc 10:35-40).
Porém existem vários outros sinais desta distância, por exemplo: os discípulos
não conseguem curar um menino epiléptico, e em seguida, Jesus o cura com o
poder da oração (cf.
Mc 9,14-29), ou quando a Jesus se apresentam as crianças, os discípulos
buscam censurá-los, mas Jesus, indignado, os deixa ficar, e diz que somente
aqueles que são como as crianças podem entrar no Reino de Deus (cf. Mc
10,13-16)”.
“O que isso nos diz? Isto nos lembra que a lógica de Deus é sempre
"outra" em relação à nossa, como revelado por Deus através do profeta
Isaías: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, vossos
caminhos não são os meus caminhos" (Is 55: 8). Por isso, seguir o Senhor
requer sempre do homem uma profunda conversão, uma mudança no modo de pensar e
de viver, requer abrir o coração à escuta para deixar-se iluminar e se
transformar interiormente”, ensinou o Papa.
“Um ponto-chave no qual Deus e o homem se diferenciam é o orgulho –
continuou o Pontífice; em Deus não há orgulho, porque Ele é total plenitude e é
todo inclinado a amar e doar vida; em nós homens, ao
contrário, o orgulho está intimamente enraizado e requer constante vigilância e
purificação”, explicou.
“Nós, que somos pequenos, aspiramos parecer grandes e sermos os
primeiros, enquanto Deus não teme inclinar-se e fazer-se o último”.
Para concluir Bento XVI pediu à Virgem Maria que
mostre a todos o caminho da fé em Jesus através do amor e da humildade.
Segundo a nota publicada neste domingo pela Rádio Vaticano, na saudação
que fez aos peregrinos de língua francesa o Santo Padre agradeceu uma vez mais
àqueles que acompanharam com a oração no último fim de semana a sua viagem
apostólica ao Líbano, e extensivamente a todo o Oriente Médio. “Continuem
rezando pelos cristãos do Oriente Médio, pela paz e pelo diálogo sereno entre
as religiões” – disse o Papa – recordando que neste sábado foi beatificado na
localidade francesa de Troyes o sacerdote Louis Brisson, fundador no século XIX
dos Oblatos e Oblatas de São Francisco de Sales.
Fonte: acidigital
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