Um canal estatal de televisão do Irã
chamado Hispan TV iniciou em dezembro de 2011 as suas transmissões
em língua espanhola para o continente americano e Europa. A sede da
emissora fica em Teerã e seu objetivo é popularizar o Islamismo entre os
falantes da língua espanhola.
“A rede
de TV iraniana abre uma janela para o país persa, berço de uma das
civilizações mais antigas do planeta”, diz a nota oficial do governo. A
programação inclui noticiários, filmes, séries, documentários, reportagens,
entrevistas e programas de análise política, social e econômica. Sempre, claro, mostrando a perspectiva
islâmica.
O canal
anunciou a exibição em breve de documentários sobre o programa nuclear
iraniano, o uso de latinos nas forças militares no Afeganistão, a resistência
libanesa, a situação dos curdos na Turquia. Muitos deles têm uma forte
orientação anti-americana. “Outros
canais de língua espanhola não são independentes e apenas servem aos interesses
dos Estados Unidos e de seus aliados”, enfatizou Mohammed Sarafraz, diretor do
serviço de radiodifusão iraniano.
O primeiro programa transmitido pelo novo
canal foi um filme retratando a vida de Maria e o nascimento de Jesus a partir
do ponto de vista islâmico.
“Nosso
objetivo é reforçar o conhecimento, elevar a compreensão mútua entre as
diferentes culturas e convidar os povos de diversas nações, raças e religiões
que se conheçam uns aos outros, sem preconceito”, explica o documento lido
durante a inauguração.
O novo canal
dará muita importância aos telejornais, cobrindo eventos no Irã, Oriente Médio,
Espanha e América Latina, segundo seus dirigentes. Eles afirmam que já
contam com uma rede de correspondentes por todo o mundo.
Stephen
Johnson, que dirige o Centro das Américas de Estudos Estratégicos e
Internacionais, compara os esforços do Irã em usar a mídia para melhorar sua
imagem no exterior com o que o governo norte-americano fez com programas de
rádio durante décadas.
O Irã tem
feitos investimentos crescentes na América Latina, mas nem sempre com sucesso. A exigência de que as funcionárias usem o
hijab [lenço] em um hospital financiado pelo Irã na Bolívia, atraiu
críticas das autoridades locais. O Ministro das Relações Exteriores do
Uruguai condenou as recentes declarações do embaixador iraniano que afirmou que
os números dos judeus mortos no Holocausto (na casa dos milhões) eram falsas.
No ano
passado, o Irã recebeu a classificação mais baixa fora numa pesquisa de opinião
pública do Latinobarómetro. Foram entrevistas de mais de 20.000 pessoas,
residentes em 18 países latinos (não incluindo Cuba). Apenas 25% dos
entrevistados disseram ver o Irã como “bom” ou “muito bom”, enquanto 72%
disseram que viam os Estados Unidos de forma positiva.
Mas a Arábia
Saudita também decidiu usar a TV. No primeiro dia de 2012 começou a transmissão
do canal Córdoba Televisión, administrada por uma fundação saudita extremista,
sediada em Madri.
Agora, portanto, existem dois canais de TV
via satélite em espanhol com programação 24 horas por dia divulgando o
Islamismo para a Espanha, a América Latina e os latinos dos Estados Unidos.
Os
transmissores do Córdoba Televisión estão instalados em dois galpões de um
bairro de Madri, numa propriedade que pertence à “Fundação para a divulgação do
Islã”, presidida pelo xeque Abdulaziz al Fawzan e conta com o respaldo e o
financiamento da família real saudita.
A programação
deste canal consistirá em documentais, reportagens e conversas relacionadas a
temas religiosos. A maioria de seus jornalistas são espanhóis
convertidos ao islamismo. Deste modo, o canal divulgará uma visão
wahabista (islã ultra-conservador de origem saudita), uma ideologia que declara seu “ódio
positivo” aos cristãos e justificar a marginalização da mulher nos países
árabes.
O professor
de teologia islâmica da Universidade Imã Mohamed Ibn Saud, é o mentor da
Córdoba TV é membro do Comitê de Supervisão da Sharia (lei islâmica) da Arábia
Saudita.
Via CNN e
Protestante Digital
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