FAÇAMOS TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS
A profissão de cada um é um meio para se
fazer a vontade de Deus no dia a dia. Viver mal a profissão, trabalhar
mal, sem competência e bom desempenho é uma forma de desobedecer à vontade de
Deus. O trabalho foi colocado em nossa vida, por Deus, como “um meio de
santificação”. Depois que o homem pecou no paraíso e perdeu o “estado de
justiça” e “santidade” originais, Deus Pai fez do trabalho um meio de redenção
para o homem.
“Porque escutaste a voz de tua mulher e
comeste da árvore que eu te proibira de comer, maldito é o solo por causa de
ti. Com sofrimentos dele te nutrirás todos os dias de tua vida. Ele produzirá
para ti espinhos e cardos e comerás a erva dos campos. Com suor do teu rosto
comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele foste tirado” (Gen
3,17-19).
Mais do que um castigo para o homem, o
trabalho foi inserido na sua vida para a sua redenção. Por causa do pecado ele
agora é acompanhado do “suor”, mas este sofrimento Deus o fez matéria-prima de
salvação.
Sem o trabalho do homem não há o pão e o
vinho que, na Mesa Eucarística, se transformam no Corpo e no Sangue de Cristo.
Sem o trabalho do homem não teríamos o pão de cada dia na mesa, a roupa, a
casa, o transporte, o remédio, a cultura, entre outros. Tudo que chega a nós é
fruto do trabalho de alguém; é por isso que o labor é santo e nos santifica
quando realizado com fé, conforme a vontade de Deus.
São Josemaría Escrivá, fundador do Opus
Dei, durante a celebração de uma Santa Missa, no campus da grande universidade
de Navarra, na Espanha, fez uma histórica homilia, como título “Amar o Mundo
Apaixonadamente”. Ele fundou a prelazia para difundir a santidade no
trabalho profissional e nas atividades diárias. Na homilia, ele falava da
necessidade de "materializar a vida espiritual". O objetivo era
combater a perigosa tentação do cristão de "levar uma espécie de vida
dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e, por outro,
diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas
realidades terrenas".
Santo Escrivá, um santo dos nossos dias,
canonizado em 2002 por João Paulo II, olhava a vida com grande otimismo e
considerava o trabalho e as relações humanas com alegria e dizia que: "O
mundo não é ruim, porque saiu das mãos de Deus". "Qualquer modo de
evasão das honestas realidades diárias é para os homens e mulheres do mundo
coisa oposta à vontade de Deus".
Na verdade, somente com essa ótica
podemos entender plenamente o mundo com os olhos de Deus. Nem o marxismo
cultural, materialista e ateu, nem o consumismo desenfreado de nossos dias, nem
o hedonismo, que busca o prazer como fim, podem dar ao homem moderno a
felicidade e a verdadeira paz.
Qualquer que seja o trabalho, sendo
honesto, é belo aos olhos de Deus Pai, porque com ele estamos “cooperando com
Deus na obra da criação”. Não importa se o trabalho consiste nos simples
afazeres de uma doméstica ou nas complicadas tarefas de um cirurgião que salva
uma vida, tudo é importante diante do Senhor. O que mais importa é a
intensidade do amor com que cada trabalho é realizado. Ele se tornará eterno na
vida futura.
São Josemaría Escrivá falava da
necessidade de o Cristianismo ser encarnado na vida cotidiana.
“Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens. Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor. Servi ao Senhor Jesus Cristo” (Col 3,13).
“Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens. Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor. Servi ao Senhor Jesus Cristo” (Col 3,13).
Tudo o que fazemos deve ser feito “para
o Senhor”. Não importa o que seja, se é grande ou pequeno, deve ser feito tendo
o Senhor como o “Patrão”. Se você é lavadeira, então lave cada camisa ou cada
calça como se o próprio Jesus fosse vesti-las.
Se você cozinha, faça a comida como se o
Senhor fosse comê-la. Se você é um pintor de paredes, pinte a casa como se ela
fosse a morada do Senhor. Se você varre a rua, limpe-a como se o Senhor fosse
passar por ela... Se você é um aluno, estude a lição como se o professor fosse
o Senhor Deus.
É isso que São Paulo quer nos ensinar
quando diz que “tudo deve ser feito de bom coração, como para o Senhor, e não
para os homens”. É claro que com essa “nova ótica”, você vai trabalhar da
melhor maneira possível, com todo o talento, cuidado, dedicação,
competência, honestidade, pontualidade... perfeição, porque o fará para Deus.
Isso santifica. Isso muda a nossa vida; e é a vontade de Deus. Isso o fará
feliz. Quando trabalhamos assim, toda a vida se torna “sagrada”, pois é vivida
plenamente para Deus.
É importante também notar o que São
Paulo diz a seguir: “Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos
do Senhor”. Que “herança” é essa? É a vida eterna, o céu, o prêmio, por você
ter sido “fiel no pouco”. Isso mostra que cada minuto do nosso labor aqui na
terra, vivido por amor a Deus, com “reta intenção” de agradá-Lo, se transforma
em semente de eternidade.
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
felipeaquino@cancaonova.com
Fonte: canção nova
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