10 ANOS DO ATENTADO
Em 2001
tivemos o triste fato da destruição das Torres Gêmeas nos Estados Unidos,
ocasionando pânico em todo o mundo.
Foi a expressão que revelou até que ponto
chega a violência entre as pessoas. Como consequência, tivemos a ceifa de
tantas vidas.
Diante de um
acontecimento como esse, a sensação natural é de vingança. Parece até que não
cabe aí a palavra “perdão”. A morte de Bin Laden foi consequência disto. No
coração de muita gente brotou um sintoma de alívio, de corte do mal pela raiz.
Não só esse
fato, mas sofremos tantos atos de violência todos os dias sejam nos assaltos,
nos lares, no trânsito, na ação das quadrilhas defendendo pontos de venda de
drogas etc. É sinal de que todos nós estamos na vulnerabilidade.
Fomos
criados para a vida e a morte natural. Na verdade, a pessoa humana é patrimônio
da humanidade. Não existe para ser objeto de violência e de vingança. Nos
ensinamentos de Jesus Cristo, a felicidade passa pelo perdão, “até setenta
vezes sete”.
Num mundo de
violência e vingança, não é fácil entender o Mistério do Amor de Deus. É o
Mistério do Perdão como gesto profundo de gratuidade. Não é a vingança por
vingança, que causa cada vez mais violência, deixando o povo sem esperança.
O rancor e a
raiva são coisas detestáveis, que prejudicam o relacionamento humano. O perdão
é sempre mais forte do que a vingança. Conseguimos usufruir da vida se for na
liberdade e no respeito mútuos, no saber entender a diversidade.
Só a justiça
é capaz de construir relações novas e um mundo novo. Ela leva ao perdão de qualidade,
a gestos de nobreza e de bênçãos de Deus. É a superação do “olho por olho e
dente por dente”. Aquilo que as nações não têm conseguido fazer.
A morte e a
destruição nos nivelam a todos. Só aí vão cessar o rancor e a raiva. O
ensinamento de Deus se apóia na misericórdia e na capacidade do perdão em todas
as circunstâncias.
Dom
Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São
José do Rio Preto - SP
CNBB
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