Foi publicado, na quinta-feira, 20 de
dezembro, no jornal londrino "Financial Times" um artigo do papa
Bento XVI sobre a celebração do Natal em tempos de austeridade e o compromisso
dos cristãos na transformação do mundo.
Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé,
o artigo do Papa nasce de um pedido da redação desse jornal inglês que se
baseando no último livro de Bento XVI sobre a infância de Jesus, pediu ao
Pontífice uma reflexão sobre o Natal.
"O nascimento de Cristo nos desafia
a repensar as nossas prioridades, os nossos valores e o nosso modo de vida.
Sendo um tempo de grande alegria, o Natal é também ocasião para uma profunda
reflexão, um exame de consciência", ressalta o Papa na mensagem.
Bento XVI recorda que este ano significou
privações econômicas para muitas pessoas e com a cena do presépio podemos
aprender uma lição de humildade, pobreza e simplicidade.
"O Natal pode ser um tempo em que
aprendemos a ler o Evangelho, a conhecer Jesus não somente como o Menino da
manjedoura, mas como aquele no qual reconhecemos o Deus que se fez carne",
destaca ainda o Pontífice.
"É no Evangelho que os cristãos
encontram inspiração para a vida cotidiana e seu envolvimento nos assuntos do
mundo. Os cristãos não devem fugir mundo, mas comprometer-se nele. O seu
envolvimento na política e na economia deve transcender todas as formas de
ideologia", sublinha Bento XVI.
"Quando os cristãos se recusam a
inclinar-se aos falsos deuses propostos em nossos tempos, não é por causa de
uma visão do mundo antiquada, mas porque estão livres de amarras das ideologias
e animados por uma nobre visão do destino humano", observa o Pontífice.
O Santo Padre recorda que "os
cristãos combatem a pobreza porque reconhecem a suprema dignidade de todo ser
humano, criado à imagem de Deus e destinado à vida eterna. Os cristãos condenam
a ganância e exploração na certeza de que a generosidade e o amor ensinados por
Jesus são o caminho que leva à plenitude da vida. A fé cristã convida a
promover a paz e a justiça para todos".
O Papa ressalta em seu artigo que o
nascimento de Jesus "marca o fim da antiga ordem". "Agora, há um
novo rei, que não confia na força das armas, mas no poder do amor. Da
manjedoura, Cristo nos chama a viver como cidadãos de seu reino celestial, um
reino que todas as pessoas de boa vontade podem ajudar a construir aqui na
terra", conclui Bento XVI.
Por CNBB
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