13 dezembro 2011

Formação: Jesus, um mestre desafiador


Conteúdo enviado pelo internauta Rodrigo Stankevicz
Jesus Cristo realmente trouxe uma nova visão para os conceitos humanos. Quebrou nossos paradigmas e padrões. Depois do Filho de Deus, nem o senso comum pode ser visto da mesma forma.
A São Paulo, após sua conversão, só restou dizer: “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura” (cf. II Cor 5, 17). Tudo se faz novo, um novo olhar nasce a partir do encontro com o Senhor. Ninguém, na história da Bíblia, saiu da presença de Jesus da mesma forma, pois sempre algum desafio era lançado para a pessoa atraída por Cristo, além da transformação natural provocada pela força de Sua presença. Contudo, o mais interessante é que Jesus continua desafiando e atraindo as pessoas para Ele.
Gente humilde, de bom coração, que busca viver de um modo coerente, procurando sempre a verdade. Às pessoas assim, Deus tende a revelar-se.
Nosso Mestre, ainda hoje, traz um modo de viver diferente, capaz de dar sentido à vida, curar relacionamentos e ensinar o servir com gratuidade.

No relato do Evangelho, vemos vários exemplos que mudam os costumes e redimensionam as pessoas a uma releitura do modo como vivemos. Em São Mateus 5, 44, Jesus nos impele: “Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem.” Uma nova perspectiva surge com esse mandato.
O desafio está em superar o orgulho e a vaidade. Não basta amar e orar pelos nossos, isso todos fazem; o novo conceito é ir além, ao encontro do outro, amar aqueles que, aos nossos olhos, não merecem atos de caridade; amar quem não nos ama. Isso é revolução no pensamento, transformação do senso comum do homem de todos os tempos. Serviu para as pessoas daquela época, serve também para os homens de boa vontade de nossa época.
Todavia, aos que não se contentam com o ordinário, característica própria da juventude, Nosso Senhor lança desafios ainda maiores. Continuamos em São Mateus, agora capítulo 19, 21 e 22. Um jovem procura pelo bom Mestre, ávido por algo profundo. No entanto, não tem coragem o suficiente para encarar o desafio que lhe é proposto por Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me! Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens”.
“Não vos contenteis com nada menos do que os mais altos ideais” (Beato João Paulo II)
Com isso, vemos que Cristo tem um intento para cada um de nós, e cada pessoa humana é vista de um modo muito particular por Ele. Foi o caso do jovem rico. Jesus tinha um plano à altura da profundidade do coração daquele jovem, porém, o moço, entristecido, não correspondeu ao chamado do Senhor.
Isso frequentemente acontece conosco. Jesus tem grandes projetos a nosso respeito, no entanto, nem sempre somos audaciosos nos caminhos desejados por Deus. Às vezes, vacilamos, pensamos muito pequeno, nossa visão se limita às coisas da terra. Apegados aos nossos bens terrenos, muitas vezes em nós mesmos, preferimos seguir tristes a aderir ao plano de Deus para nossa vida.
No Evangelho sinóptico de São Lucas, Jesus segue nos admoestando: “E se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis? Pois o mesmo fazem também os pecadores” (cf. Lucas 6,33). Sendo assim, conseguimos compreender que o Senhor não nos quer iguais a todos, tendo em mente que não somos melhores, mas chamados a atitudes diferentes. Cristo Jesus nos convoca para viver uma verdadeira gratuidade em nosso doar-se. Nossas ações precisam ser movidas de compaixão e misericórdia. Servir sem nada esperar.
Como as palavras de Cristo continuam atuais! Percebemos isso com o avanço do capitalismo. Tudo precisa gerar lucro, “tempo é dinheiro”, porém isso fica a cabo dos outros, porque a nós cristãos cabe sermos livres de recompensas.
Viver esta proposta é remar contra a correnteza. E quem disse que Jesus não quis isso? O belo de Jesus é esta provocação, porque Ele sabe que o coração do homem precisa de desafios, de sentido, de ser como todo o mundo entedia. Observamos isso ao longo da história. Quantos homens foram tocados e instigados a viver de um modo diferente! Temos a vida dos santos que foram conquistados por Jesus e souberam fazer a leitura da proposta de Cristo. Deste modo, a vida dessas pessoas servem de modelo para nós, pois viveram na carne esta experiência do encontro com o Senhor, responderam positivamente ao chamado de Deus. Se eles conseguiram, por que nós não iríamos conseguir também?
O beato João Paulo II foi um desses grandes homens que marcaram a história da humanidade. Ele nos incita com belas palavras: “Não vos contenteis com nada menos do que os mais altos ideais”. É isso que Jesus quer de nós, altos ideais, juntamente com uma vida instigante.

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