Sem fidelidade não há união sólida e família
feliz
A Igreja ensina o sentido profundo do sexo; ele só deve ser vivido no
casamento:
“Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos
cônjuges e a transmissão da vida. Esses dois significados ou valores do
casamento não podem ser separados sem alterar a vida espiritual do casal e sem
comprometer os bens matrimoniais e o futuro da família. Assim, o amor conjugal
entre o homem e a mulher atende à dupla exigência da fidelidade e da
fecundidade”.
No casamento, a intimidade dos esposos se torna um sinal de comunhão
espiritual. “Entre os batizados, os vínculos do matrimônio são santificados
pelo sacramento” (Catecismo da Igreja Católica § 2360).
O Papa João Paulo II ensinou que: “A sexualidade, mediante a qual o
homem e a mulher se doam um ao outro com os atos próprios e exclusivos dos
esposos, não é em absoluto algo puramente biológico, mas diz respeito ao núcleo
íntimo da pessoa humana como tal. Ela só se realiza de maneira verdadeiramente
humana se for parte integral do amor com o qual homem e mulher se empenham
totalmente um para com o outro até a morte” (Familiaris Consortio,11).
A Igreja gosta de apresentar aos esposos o exemplo de Tobias e Sara:
“Tobias levantou-se do leito e disse a Sara: “Levanta-te, minha irmã, oremos e peçamos a nosso Senhor que tenha compaixão de nós e nos salve”. Ela se levantou e começaram a orar e a pedir para obterem a salvação. Ele começou dizendo: “Bendito sejas tu, Deus de nossos pais... Tu criaste Adão e para ele criaste Eva, sua mulher, para ser seu sustentáculo e amparo, e para que de ambos derivasse a raça humana. Tu mesmo disseste: “Não é bom que o homem fique só; façamos-lhe uma auxiliar semelhante a ele”. E agora não é por desejo impuro que tomo esta minha irmã, mas com reta intenção. Digna-te ter piedade de mim e dela e conduzir-nos juntos a uma idade avançada”. E disseram em coro: “Amém, amém”. E se deitaram para passar a noite” (Tb 8,4-9).
“Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são
honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana,
significam e favorecem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o
coração alegre e agradecido” (GS 49,2). A sexualidade é fonte de alegria e de
prazer lícitos. Papa Pio XII mostrou claramente a legitimidade do prazer sexual
para os cônjuges; o prazer sexual é legítimo para o casal: O próprio Criador
estabeleceu que nesta função (isto é, de geração) os esposos sentissem prazer e
satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal
em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes
destinou. Contudo, os esposos devem saber manter-se nos limites de uma
moderação justa” (Pio XII, discurso de 29 de outubro de 1951).
Sem fidelidade conjugal o casal não tem vida sexual harmoniosa. Ela é a
base do casamento; sem isso não há união sólida e família feliz. A infidelidade
é hoje uma grande praga para as famílias; por isso a Igreja a combate
fortemente:
“O casal de cônjuges forma “uma íntima comunhão de vida e de amor que o
Criador fundou e dotou com suas leis. Ela é instaurada pelo pacto conjugal, ou
seja, o consentimento pessoal irrevogável” (GS 48, 1). Os dois se doam
definitiva e totalmente um ao outro. Não são mais dois, mas formam doravante
uma só carne. A aliança contraída livremente pelos esposos lhes impõem a obrigação
de a manter una e indissolúvel (Cf. CDC, cân. 1056). “O que Deus uniu, o homem
não separe” (Mc 10,9; Cf. Mt 19,1-12 e CIC §2364).
“Aos casados mando (não eu, mas o Senhor) que a mulher não se separe do
marido. E, se ela estiver separada, que fique sem se casar, ou que se
reconcilie com o seu marido, igualmente o marido, não repudie a sua mulher” (I
Cor 7,10-11).
É muito importante entender isto que o Catecismo da Igreja Católica
ensina ao casal cristão:
"A fidelidade exprime a constância em manter a palavra dada. Deus
é fiel. O sacramento do Matrimônio faz o homem e a mulher entrarem na
fidelidade de Cristo à sua Igreja. Pela castidade conjugal, eles testemunham
este mistério perante o mundo” (CIC §2365).
São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla e doutor da Igreja, do
século V, sugere aos homens recém-casados que falem assim à sua esposa:
“Tomei-te em meus braços, amo-te, prefiro-te à minha própria vida.
Porque a vida presente não é nada, e o meu sonho mais ardente é passá-la
contigo, de maneira que estejamos certos de não sermos separados na vida futura
que nos está reservada [...]. Ponho teu amor acima de tudo, e nada me seria
mais penoso que não ter os mesmos pensamentos que tu tens” (Hom. in Eph. 20,8:
PG 62,146-147).
Por Felipe Aquino
Fonte: canção nova
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