11 abril 2012

Formação: Te gosto, mas não assumo


Foi o que disse o rapaz de 34 anos à moça que ele engravidou. O filho ele assumia, mas não a mãe. O fato de que no Brasil 29.6% dos lares tem apenas um chefe, significa que alguém, ou morreu, ou foi embora, ou nunca assumiu a outra pessoa.
O fato de que um entre cada quatro jovens tenha pais separados significa que, no Brasil, a fidelidade está em crise e que a palavra dada perdeu a força civilizatória. Por que tentar consertar se é possível substituir? O fato de que tantos deputados tenham mudado de partido pelas benesses do Governo significa que a moral da palavra dada não mais existe; faz muito tempo que o fio de barba acabou. Isto, só de pensar provoca calafrios. Como se constrói um país onde os governantes e os representantes do povo não cumprem a palavra dada quando pediam votos? Pode dar certo um país no qual os partidos que pretendem representar o povo não cumprem seus estatutos?
E quando os religiosos não cumprem a palavra dada ás igrejas que os formaram e mudam de religião ou de igreja? Se o pregador não cumpre por que haveriam os fiéis de cumprir? Se seu pregador já veio de duas igrejas, por que não irão eles para outras? Eles mudam de púlpito e os fiéis mudam de templo. Vão aonde há mais milagres e mais sinais.

Os ídolos do esporte e da televisão, atletas, atrizes, atores não cumprimos contratos porque apareceu quem pagasse duas vezes mais. Tolo é quem não muda! O casal não cumpre a palavra porque apareceu uma outra pessoa. E lá se vão eles. Deixam que os filhos se adaptem ao novo amor do pai ou da mãe. O pai e a mãe agora estão mais felizes longe um do outro! As crianças compreenderão! E a que não assimilar? Fazer o quê com ela? Espera-se que cresça deve ela adaptar-se às urgências do pai e da mãe?
Que país construiremos com tanta gente que não cumpre a palavra? Se os pilares não são seguros e não sustentam as vigas troca-s de pilar? Como esperar que uma nação seja sólida quando altíssima porcentagem de lares não é? Ou uma coisa não tem nada a ver com a outra?
Esquecida, abandonada ou renegada para plano inferior a virtude da fidelidade foi embora de muitos ambientes e tende a ir embora, quando só vale o que eu sinto, o que eu quero, o que eu desejo e quando o ego fica tão desmesurado que “o outro” não conta e o nós sucumbe ao peso desse excessivo eu.
Não pode dar certo uma nação onde o indivíduo vale mais do que o coletivo; não dá certo uma nação onde os pilares trocam de fundamento e de lugar. Casa de dois pilares, onde um vai embora é muito mais frágil. Nação de poucos pilares, sólidos e de troca-troca de partidos é uma séria candidata à desordem, à imoralidade pública e a alguma forma de ditocracia que é misto de ditadura e democracia: compra-se fidelidades porque os políticos são infiéis ao povo que neles votou.
Não há cidadania onde os líderes vendem suas convicções. Não há nação onde o sentimento nada vale, ou onde vale demais. Sem razão não há fidelidade e uma nação sem fidelidade perde a razão de ser. Quem é infiel ao seu mandato mesmo que não roube, é corrupto. No primeiro golpe de estado estará ao lado do ditador. O Brasil corre esse risco. Talvez não tenhamos aqui um Hugo Chaves ou um Fidel Castro a dominar um Congresso, mas se tivermos quem compre a maioria dos seus membros,democracia é que não será. E não será por conta do “te gosto,mas não te assumo”! Quando vale a lei do quem dá mais já não é mais parlamento é casa de leilão.
Por Pe. Zezinho SCJ

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