Roma, 06 Out. 11 / 03:09 pm (ACI/EWTN
Noticias)
O jornal vaticano L’Osservatore Romano (LOR) recordou o fundador da
companhia Apple e inventor do Ipod, Steve Jobs, falecido ontem 5 de outubro,
como um "visionário que uniu a tecnologia e a arte".
Em um artigo titulado "O talento de Mr. Apple", LOR assinala
que Jobs - falecido aos 56 anos de idade depois de vários lutando contra o
câncer de pâncreas- "foi um dos protagonistas e símbolos da revolução do
Silicon Valley", o lugar nos Estados Unidos onde estão todas as principais
empresas informáticas.
Esta revolução, diz o artigo, também foi uma "revolução de
costumes, de mentalidades, de cultura. Revolução filha, mas não herdeira, dos
não-preconceituosos anos 70".
Jobs, prossegue o texto, "foi um visionário que uniu a tecnologia
e a arte. Certo, não era um técnico nem um empreendedor. Não era um desenhista
nem um matemático. Tampouco era o clássico nerd da informação nem homem de
espetáculo. Pirata ou pioneiro? Será a história quem o diga. Enquanto isso
ficam suas geniais criações".
De "gravidez não desejada" a gênio
Steve Jobs nasceu em 24 de fevereiro de 1955 e foi dado em adoção por
sua mãe biológica, Joanne Simpson, porque seu pai se opôs à sua relação com
Abdulfattah John Jandali, de origem síria e pai biológico do Steve.
Joan e Abdulfattah se casaram depois da morte do avô de Steve. O casal
teve uma filha e tentou recuperar o menino, mas legalmente foi impossível.
Jobs, criado por um casal de classe trabalhadora, fundou a empresa
Apple com Steve Wozniak em 1976 na garagem de sua casa. "Em apenas dez
anos a sociedade chegou aos dois bilhões de dólares faturados", recorda
LOR.
Apple lançou em 24 de janeiro de 1984 o Macintosh 128K, o primeiro
computador pessoal que comercializado exitosamente, que usava uma interface
gráfica de usuário (GUI) e um camundongo (mouse) em vez da linha de comandos.
No ano 2001 Jobs lançou o Ipod, uma ferramenta "que entrou no
coração e na mente de milhares de pessoas". "Talento, puro
talento", acrescenta o texto.
Sobre o legado de Steve Jobs, o novo diretor da revista Civiltá
Cattolica e perito em novas tecnologias da comunicação, o sacerdote jesuíta
Antonio Spadaro, assinalou que sua maior contribuição está "no fato que a
tecnologia, para ele, é parte da vida" já que esta
"não é um pouco reservado apenas aos técnicos" mas para "nossa
vida de todos os dias".
O Pe. Spadaro recordou a compreensão do Papa Pio XI sobre o fenômeno da
comunicação e considerou que tanto Jobs como o Pontífice compreenderam
"que a comunicação é o maior valor que hoje temos à disposição e devemos
fazer dar fruto. Nele se uniu assim uma grande capacidade inovadora e uma
grande capacidade criadora".
"No fundo, a mensagem mais importante de Steve Jobs é: ‘Stay
hungry, stay foolish’, mantenha-se faminto, mantenha-se tolo; quer dizer,
sempre tenha a capacidade de ver a vida em novos termos", acrescentou o
sacerdote em alusão ao histórico discurso que ofereceu Jobs na Universidade de
Stanford em 2005.
Esta maneira de ver as coisas, conclui o perito jesuíta, está
relacionado com a capacidade de ver além dos limites. "Esta tensão adiante
do limite e à superação de uma condição de estática, de adequação ao existente,
é muito importante e, para nós, é algo que temos que aprender", concluiu.
Fonte: acidigital
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