O batismo realizado por João era um rito penitenciai. Pressupunha a
tomada de consciência dos próprios pecados e o desejo de conversão. E isso em
vista da chegada do Messias, que iria realizar a justiça de Deus.
O próprio Messias, no entanto, apresenta-se para ser balizado por João.
Não porque tivesse pecados, como todo ser humano. Ao receber o batismo de João,
o Filho de Deus, que assumiu em tudo a condição humana, menos o pecado, não tem
pecados de que se arrepender. Mas e/e quer se solidarizar com todos nós,
pecadores. O Messias vem mostrar, assim, que a justiça da chegada do reino
exige o reconhecimento de nossa condição pecadora. Exige a mudança de
mentalidade que nos transforme constantemente e nos permita transformar o mundo
segundo a lógica do reino.
Jesus vem, de fato, para realizar "toda a justiça" do reino.
E seu batismo, selado no Espírito em forma de pomba, é o início de uma missão
confirmada pela voz divina: "Este é meu Filho amado". Jesus é o Filho
que vem cumprir em tudo a vontade salvadora de Deus. Os céus que se abrem
mostram que Deus está agindo, enviando o Espírito que dará autoridade para
Jesus cumprir toda a justiça.
O batismo de Jesus e sua missão em vista da justiça do reino nos fazem
pensar em nossa missão. Nós, batizados, nos movemos e somos por força do
Espírito de Deus. Espírito que nos impulsiona a uma constante mudança de
mentalidade. Espírito que, dependendo de nosso empenho, tem o poder de nos
converter da frieza das leis para a justiça misericordiosa de Deus.
A justiça do reino é a um só tempo dom de Deus e resposta humana. Deus
continua agindo em nossa vida. Em nossa missão de batizados, portanto, se joga
nossa resposta à ação de Deus. Que possamos nos levantar das quedas, dos erros,
ir morrendo ao pecado, para que Deus, descendo com sua força, nos vivifique com
seu Espírito.
Texto: Pe. Paulo Bazaglia, SSP
Fonte: Catequisar
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