27 outubro 2012

Papa Bento XVI: ” Valores, direitos e deveres têm sua origem na dignidade natural de toda pessoa humana”



O Papa Bento XVI destacou a necessidade de desenvolver a validez universal dos direitos humanos, assim como sua inviolabilidade, inalienabilidade e indivisibilidade, no atual contexto, em que diferentes populações e culturas se unem.
Ele o fez ao receber os membros da Mesa da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa hoje, após a audiência geral, no Vaticano.
O Papa reiterou que o relativismo no âmbito dos valores, dos direitos e dos deveres comporta riscos.
“Se estes carecessem de um fundamento objetivo racional, comum a todos os povos, e se baseassem unicamente em culturas particulares, decisões legislativas ou sentenças judiciais, como poderiam oferecer uma base sólida e duradoura para instituições supranacionais como o Conselho da Europa, e para vossa própria tarefa nesta prestigiosa instituição?”, perguntou-se.
E acrescentou: “Como poderia ser levado a cabo um diálogo frutífero entre culturas sem valores comuns, direitos e princípios estáveis, universais, entendidos da mesma maneira por todos os Estados membros do Conselho da Europa?”.
O Papa destacou como “algo acessível ao raciocínio humano” o fato de que “esses valores, direitos e deveres têm sua origem na dignidade natural de toda pessoa”.
Também indicou que “a fé cristã não impede, e sim favorece esta busca e é um convite a procurar uma base sobrenatural para essa dignidade”.
“Estou convencido de que estes princípios, mantidos fielmente, sobretudo quando se trata da vida humana – da concepção até a morte natural -, do casamento – baseado na entrega mútua, exclusiva e indissolúvel entre um homem e uma mulher – e da liberdade de religião e educação, são condições necessárias se queremos responder adequadamente aos decisivos e urgentes desafios que a história apresenta a cada um de nós”, afirmou.
No começo do seu discurso, Bento XVI expressou aos membros da Mesa da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa sua alegria por recebê-los no 60º aniversário da Convenção Européia de Direitos Humanos.
Esta convenção compromete os Estados membros do Conselho da Europa a promover e defender a dignidade inviolável da pessoa humana.
Também expressou sua alegria pela vontade deste escritório europeu de “chegar a todos os que sofrem” e os incentivou a “cumprir vossa delicada e importante missão com moderação, prudência e valentia, ao serviço do bem comum da Europa”.
A Mesa da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa está composta por um presidente e vinte vice-presidentes, presidentes de grupos políticos (ou seus substitutos) e presidentes de comissões.

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