05 novembro 2009

MENSAGEM DE REFLEXÃO

A Carroça Vazia


Uma das grandes preocupações de nosso pai, quando 
éramos pequenos, consistia em fazer-nos compreender 
o quanto a cortesia é importante na vida.

Por várias vezes percebi o quanto lhe desagradava o hábito que  têm certas pessoas de interromper a conversa quando 
alguém estava falando. Eu, especialmente, incidia 
muitas vezes nesse erro. 

Embora visivelmente aborrecido, ele, entretanto, nunca ralhou comigo por causa disso, o que me surpreendia bastante.

Certa manhã, bem cedo, ele me convidou para ir ao bosque 
a fim de ouvir o cantar dos pássaros. Acedi com grande alegria e lá fomos nós, umedecendo nossos calçados com o orvalho da relva. Ele se deteve em uma clareira e, depois de um pequeno 
silêncio, me perguntou:

-- Você está ouvindo alguma coisa além do canto dos pássaros? Apurei o ouvido alguns segundos e respondi:

-- Estou ouvindo o barulho de urna carroça que deve 
estar descendo pela estrada.
-- Isso mesmo... disse ele. É uma carroça vazia...

De onde estávamos não era possível ver a estrada
 e eu perguntei admirado:
-- Como pode o senhor saber que está vazia?

-- Ora, é muito fácil saber que é uma carroça vazia. 
Sabe por que?
 
-- Não! respondi intrigado.
Meu pai pôs-me a mão no ombro e olhou bem no fundo 
dos meus olhos, explicando:

-- Por causa do barulho que faz. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz.
Não disse mais nada, porém deu-me muito em que pensar. 

Tornei-me adulto e, ainda hoje, quando vejo uma pessoa tagarela e importuna, interrompendo intempestivamente a conversa de todo o mundo, ou quando eu mesmo, por distração, vejo-me prestes a fazer o mesmo, imediatamente tenho a impressão de estar ouvindo a voz de meu pai soando na clareira do bosque e me ensinando:

Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!  


Assim são muitas pessoas que se ver tagarelando, a falar muito alto, prepotente, querendo ser o centro, fazendo notar que sabe tudo, e  quanto mais vazia, maior é o ruído que faz e quanto mais barulho exterior, menos interioridade.
Pense nisso!

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