Precisamos amar e valorizar a família que temos
Sabe qual é a maior família que existe? É a que nós possuímos, por mais frágil e complicada que ela seja.
Sabe qual é a maior família que existe? É a que nós possuímos, por mais frágil e complicada que ela seja.
Sabe
qual é o pior inimigo do real? Pensou? O pior inimigo do real – da família
real, daquela que temos – é o ideal. É aquela “ideia” que carregamos acerca de
um modelo, cuja realidade toda é “obrigada” a se adequar, mas que –
definitivamente – não corresponde à nossa realidade.
Nem
sempre o real corresponderá aos nossos ideais, e quase perenemente
precisaremos, com leveza e maturidade, nos reconciliar com o real para
podermos, a partir dele, construir uma encarnada felicidade. A felicidade só
será possível a partir da verdade e da realidade que, verdadeiramente, nos
compõem.
Como
dizia o poeta: “Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não
impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita (Gonzaguinha). E por mais
que a vida nos apresente problemas e deformidades, ela sempre será um palco de
belezas no qual precisaremos protagonizar nossa história.
Nossos
familiares são mesmo, inúmeras vezes, imperfeitos e muito difíceis de conviver.
Todavia, é no solo dessa verdade (de nossa verdade) que precisamos nos assumir
e, com bravura e heroísmo, nos lançar na construção da felicidade e de suas
específicas exigências.
Precisamos
amar e valorizar a família que temos: o pai, a mãe, os irmãos
que Deus nos deu, independentemente de como são. Sem dúvida, isso não é fácil e
se revela como realidade muito desafiadora. Entretanto, ninguém poderá
construir uma vida verdadeiramente feliz sem ter a consciência tranquila pelo
fato de ter lutado pelos seus e de não os ter abandonado em virtude de suas
fraquezas.
Percebo
como muito sábio e real o ditado que diz: “Quer conhecer alguém? É só observar
como ele trata seus pais”, pois uma consciente e constante atitude de desamor
com relação aos próprios pais revela uma séria e profunda deficiência no
caráter e na forma de se relacionar.
Nossos
familiares (os pais e os demais) manifestam nossas raízes e nossa identidade, e
negá-los seria negarmos a nós mesmos.
Nossa
família sempre oferecerá possibilidades, seja por meio de alegrias ou de dores,
para nos tornarmos pessoas melhores. Nela, poderemos viver a relação e a
abertura aos demais (não sem conflitos, é claro), assim compreendendo que não
somos o centro “absoluto” do mundo.
Na
família aprendemos – por bem ou por mal - a repartir o que temos e o que somos,
com a possibilidade de, constantemente, frequentar a escola do perdão. Assim
aprenderemos a oferecer, aos outros e a nós mesmos, uma nova chance diante de
cada circunstância ou erro cometido.
Pela
família aprendemos a compreender a imensa fragilidade humana que envolve a
todos, percebendo-nos também como seres fracos e constantemente necessitados de
ajuda e atenção.
Enfim,
a família é uma escola de vida e de construção da felicidade; nela, o ser tem
espaço para, de fato, “ser” e acontecer.
(Trecho
extraído do livro "Construindo a felicidade")
Padre
Adriano Zandoná
Fonte:
canção nova
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